segunda-feira, 25 de maio de 2009

resquício

O verde musgo, o rosa envelhecido. a mistura de campo, da cidade antiga, das flores na janela, da grama e da pintura descascada. O mundo mágico dos bibelôs sobre as estantes, emoldurados pelo papel de parede que, mudo, grita a idéia do silêncio. Fragmentos dos quatro cantos do mundo formando um quebra-cabeça misto que tem como imagem final um conjunto de imperfeições perfeitas. pistas deixadas dentro de si mesmos sobre si mesmos, que dão numa lacuna quase preenchida, mas ainda muito vazia. O bom e velho encontro com o desconhecido.

As folhas continuam fora do arquivo, porém não mais ao chão. Folhas de papel confundidas em meio à folhas de verdade, experimentando pela primeira vez o que é estar no ar, porém diferente de quando caíam do arquivo. Tudo espalhado, o vento leva uma parte para longe da outra, e elas simplesmente se deixam levar. Se deixam voar. E é voando, no ar, que pela primeira vez, começam a encontrar seu lugar. Assim, soltas no ar, no mais puro improvável, sem a sufocante obrigação de serem as folhas organizadas de um estúpido arquivo empoeirado.

Quem foi que disse que folhas existem para se encaixarem em arquivos?



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2 comentários:

Velho disse...

subversão 8)

Weiss disse...

Profundezas de um sentimento, a parte de uma essência que começo a ver.
Nada mais belo que nadar em você.
Texto orgasmático.