quinta-feira, 28 de maio de 2009

dia branco com luz acesa

Hoje, sem dúvida alguma, é o tipo de dia em que o que há de mais perfeito para se fazer é se fechar na concha e trazer um convidado, para ficar de meias, descobrindo o infinito particular. Concordo que todo mundo precisa de um dia de sol para encontrar aquilo que sempre quis, porém, só um dia branco de luz acesa para encontrar a si mesmo.



Ou não, talvez eu esteja generalizando, odeio generalizar.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

resquício

O verde musgo, o rosa envelhecido. a mistura de campo, da cidade antiga, das flores na janela, da grama e da pintura descascada. O mundo mágico dos bibelôs sobre as estantes, emoldurados pelo papel de parede que, mudo, grita a idéia do silêncio. Fragmentos dos quatro cantos do mundo formando um quebra-cabeça misto que tem como imagem final um conjunto de imperfeições perfeitas. pistas deixadas dentro de si mesmos sobre si mesmos, que dão numa lacuna quase preenchida, mas ainda muito vazia. O bom e velho encontro com o desconhecido.

As folhas continuam fora do arquivo, porém não mais ao chão. Folhas de papel confundidas em meio à folhas de verdade, experimentando pela primeira vez o que é estar no ar, porém diferente de quando caíam do arquivo. Tudo espalhado, o vento leva uma parte para longe da outra, e elas simplesmente se deixam levar. Se deixam voar. E é voando, no ar, que pela primeira vez, começam a encontrar seu lugar. Assim, soltas no ar, no mais puro improvável, sem a sufocante obrigação de serem as folhas organizadas de um estúpido arquivo empoeirado.

Quem foi que disse que folhas existem para se encaixarem em arquivos?



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quinta-feira, 14 de maio de 2009

nereida


Nereida! Onda!
Ela. Eu. Nós dois.
Nada além de
Onda ou náiade.

Teu nome, tumba,
Reconheço, onde for,
Na fé - o altar, no altar - a cruz.
O terceiro, no amor.

Marina Tsvetaeva

quinta-feira, 7 de maio de 2009

help

Como um livro antigo escrito dentro do sonho, é o próprio sonho. Uma familiar memória daquilo que ainda não se conhece, um surpreendente encontro com o invisível concreto. Uma nuvem feita de preferências que se aglomeram e se moldam de forma a resultar numa grande e densa massa disforme que passa a te acompanhar como se fosse sua única companheira de anos, aquela com quem você toma café todas as manhãs e que o faz levantar e buscar o jornal.



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