sábado, 29 de agosto de 2009

Chá

A madrugada de neblina e a caneca de chá quente de limão parecem traduzir exatamente o que sentia Amarante enquanto cantava a música Pássaros. Aqui é tudo o que há, agora é o tempo, a neblina é o forro acolchoado da bolha particular. A certeza de que o depois e o agora se fundem em um só é quase tangível, não fosse pela leve incerteza que paira no ar. O pensamento, que quase nunca fica em casa, hoje parece se esconder no ninho.
O chá quente de limão. Ah, o chá quente de limão. Tão quente, tão reconfortante. Como um filtro, põe-se misturado às ondas sonoras; a música parece ter sido feita para ele, e ele para a música. Um bom casamento, uma quase epifania.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Miriê, a margarida

Miriê não gostava de muitas pessoas. Não que desgostasse da maioria delas, apenas não gostava de estar em meio a muitas. Na verdade, até então nenhuma tinha realmente a atraído, mas isso nunca havia sido problema para ela.
Certo dia, cuja manhã era azul e de traços leves, um passarinho maldoso pousou em sua janela e disse-lhe que aprendesse a gostar das pessoas antes que terminasse sozinha como uma pedra esquecida no meio do caminho.
Enquanto bordava seu vestido favorito, o cérebro de Miriê foi permeado por essas palavras, como uma esponja, e ela ficou tão preocupada que já não sabia o que fazer. Então, como fuga, foi logo encontrar seu amigo da rua de cima, homônima de um peixe qualquer.
Seu amigo sempre foi muito atencioso e compreensivo, por isso ela não hesitava em contar-lhe o que quer que fosse. Ele costumava amarrar um cordão a seu pé quando ela estava prestes a perder o controle e sair voando.
Carinhosamente, ele a ouviu, e quando ela terminou, ele esboçou um sorriso e disse, olhando em seus olhos, em tom desafiador:
- Não seja boba, Miriê!
Foi então que, ouvindo aquela voz estranhamente confortável e encantadora, ela percebeu que não precisava mais se preocupar, que seu coração, definitivamente, não era feito de ferro.

terça-feira, 23 de junho de 2009

derramar no céu


O tempo que eu perdi só agora eu sei, aprender a dar foi o que ganhei. E ando ainda atrás desse tempo ter, pude não correr pra ele me encontrar. Não se mexer, beija-flor no ar.
Deixar pra trás sais e minerais,
evaporar.

sábado, 13 de junho de 2009

ando sem inspiração ultimamente. estava mais feliz quando conseguia passar pro real o que eu encontrava do lado de dentro. na verdade, eu ando um poço de sentimentos, a ponto de achar que não tenho nenhum. não sei o que fazer, e não saber me deixa terrivelmente incomodada. Should I still waiting or am I wasting time?


ah, sei lá, no nosso tempo, 17 anos era época de fazer besteira, né tio, hahaha.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

It has ever been pretty good, but just that. Where is that uncontainable feeling?
Is the problem inside me? Is it fear, or am I expecting too much? I mean, I just haven't felt it for real yet. Should I still waiting or am I wasting time?


Do am I no feelings???

quinta-feira, 28 de maio de 2009

dia branco com luz acesa

Hoje, sem dúvida alguma, é o tipo de dia em que o que há de mais perfeito para se fazer é se fechar na concha e trazer um convidado, para ficar de meias, descobrindo o infinito particular. Concordo que todo mundo precisa de um dia de sol para encontrar aquilo que sempre quis, porém, só um dia branco de luz acesa para encontrar a si mesmo.



Ou não, talvez eu esteja generalizando, odeio generalizar.